Bacanais, festas, sátiros e bacantes: conheça a arte do vinho feita durante séculos, agora reunida no Micro Site de Cultura do Vinho da Espanha

Tempo de leitura: 5 minutos

Por Rogerio Ruschel

Meu estimado leitor ou leitora, como um incansável pesquisador da cultura do vinho e de sua relação com a historia dos homens e das comunidades encontrei e fico feliz em poder lhe apresentar um novo museu Online, o Micro Site da Cultura do Vinho, de onde vem todas estas imagens.

Depois de uma pesquisa bibliográfica e iconográfica árdua que durou mais de dois anos, o Centro de Documentação do Vinho da Vivanco (vinícola e Museu de La Rioja) e a Biblioteca Nacional da Espanha apresentaram dia 16 de Abril de 2018 o Micro Site de Cultura do Vinho, um arquivo de documentos digitalizados que permite o acesso online a verdadeiras obras de arte relacionadas a cultura do vinho. Mais de 5000 documentos foram analisados e 485 documentos diversos no suporte, conteúdo e estética, mas todos intimamente ligados ao vinho como tema de inspiração, do século XV em diante, agora estão disponíveis para consulta de qualquer pessoa interessada nesta perspectiva documental da cultura do vinho.

As obras selecionadas estavam dispersas pelas várias coleções da Biblioteca Nacional da Espanha e nesta primeira etapa estão disponiveis 114 gravuras, 22 desenhos, 39 documentos de efemérides (como postais, calendários, cartões comerciais, cartões de visita, rótulos de bebidas, etc.) e outros 310 documentos como cardápios de restaurantes, posters e Ex-libris, cuja iconografia está direta ou indiretamente relacionada com o néctar sagrado, com a mitologia dionisíaca e báquica, com a produção do vinho e com sua presença no cristianismo, na arte, na publicidade, e nas indústrias auxiliares ao vinho.

Através da consulta ao portal http://culturadevino.bne.es/ , pioneiro na Espanha, o usuário pode descobrir os vários documentos com facilidade, bem como informações detalhadas, incluindo o autor, o gravador, o desenhista, a descrição e a técnica utilizada no caso de as gravuras e outros detalhes da obra.

São documentos que testemunham a história antiga do vinho de mais de 80 séculos e a sua ligação com a cultura, as comunidades, a historia e as pessoas. In vino Viajas selecionou alguns documentos para seu deleite. Veja acima e adiante.

Antigo relevo com Baco e Ariadna (Venus) – Gravador: Battista Franco (1498-1561) – Aguaforte

Gravura em papel representando a iconografia que poderia ser esculpida em um sarcófago ou em um relevo antigo, representando uma procissão bacanal, “O triunfo de Baco” com sátiros, bacantes, faunos, centauros e seres humanos. Na imagem inferior na área central está Priapo, um deus originário da Ásia Menor que os gregos consideravam filho de Dionísio e Afrodite, que governava os jardins e plantas e atraia boa sorte com seu falo em constante ereção.

Bacanal – Autor: Ticiano (ca. 1488-1576), gravador: Sensi

Gravura litográfica baseada na pintura de Ticiano com o mesmo título “Bacanal”, conservada no Museu do Prado em Madrid.
A cena é rural com personagens míticos, irreais e melancólicos que reúnem bebês, um sátiro carregando uma jarra no ombro, duas figuras masculinas apoiadas nas árvores enquanto duas Bacantes têm flautas nas mãos e uma criança urina no rio. Uma bacante levanta a taça que um homem nu enche de vinho e outro homem reabastece um jarro de vinho de um riacho. No fundo, um casal dança, um homem levanta uma jarra de vinho para o céu

Don Quijote derrota a los cueros de vino – Gravador: Balaca, Ricardo (1844-1880) – Desenhista: Anônimo – Datação: Século XIX

Imagem de abertura desta matéria. Gravura realizada com técnica de cromolitografia, a cores, em cartão. A imagem representa a cena da batalha fictícia que Don Quixote tem com os couros de vinho (alforges), em que, em primeiro lugar, ele é visto dormindo, com uma camisola, no braço esquerdo um cobertor e na mão direita desembainhou a espada. Na frente dele, o estalajadeiro observa o desastre perpetrado com todo o vinho jogado fora.

Sátiro e Bacante – Gravador: Alexander Vöet,(ca. 1635-1695) – Autor desenhista: Peter Paul Rubens (1577-1640) – Gravura do Século XVII

Gravura com base na pintura original de Rubens que ele fez entre 1615 e 1620, um período cujo trabalho incidiu sobre o tema mitológico de sátiros, faunos e ninfas, que ele retomaria em seu último período. No Museu do Prado, em Madri, há uma cópia que parece baseada nessa gravura, e não na pintura original de Rubens. Ribens representa uma cena em que o personagem principal, o sátiro, parece estar posando para o artista. Ele carrega uma cesta grande cheia de frutas, incluindo vários cachos de uvas. Uma bacante parece se aproximar por trás para pegar uma fruta. Atrás dos personagens um grande tronco de uma videira de onde brotam vários ramos.

Festa dos aldeões
Gravador de autor holandês anônimo (século XVII) – Autor: David Teniers (1610-1690)

Gravura e gravação em papel, uma cópia anônima e invertida da gravura original de David Teniers.
Cena exterior festiva. No centro, um casal está dançando de mãos dadas, e ao redor, os outros personagens estão conversando entre si, bebendo vinho e cerveja de copos grandes. Há três casais flertando, dois personagens masculinos urinando em ambos os lados da imagem e um grande grupo de personagens masculinos, ao fundo, conversando e bebendo. Os tipos representados são típicos das gravuras de género dos séculos 16 e 17, com rostos muito semelhantes e algumas características grotescas.

Saiba mais sobre o Museu Vivanco aqui:http://www.invinoviajas.com/2013/12/museu-da-cultura-do-vinho-de-la-rioja/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *