Saiba como o georrerenciamento de vinhedos da serra gaúcha pode melhorar o nosso vinho

Tempo de leitura: 4 minutos

 

(*) Por Rogerio Ruschel com texto do Ibravin
Meu estimado leitor ou leitora, a tecnologia se torna ainda mais valiosa quando ajuda a valorizar o que nos traz qualidade e alegria, concorda? Pois é: saber que tipo de uva foi utilizada, em que tipo de solo ela está, quanto recebe de sol e chuva, como foi plantada e como vendo sendo trabalhada é uma informação de fundamental importância cultural, técnica e econômica para a gestão da produção de vinhos em um país que quer melhorar sua qualidade. Por exemplo: na foto acima podemos ver todos os vinhedos (em verde mais claro) e os vinhedos utilizados para produzir espumantes (em vermelho) na região delimitada do Vale dos Vinhedos (linha amarela), ao lado da mancha urbana da cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Na foto abaixo um técnico trabalhando em campo.

 

Pois o Brasil deu um passo importante em outubro de 2015, com a divulgação dos resultados do georrreferenciamento de cerca de 4.400 hectares de duas das nossas mais importantes áreas vinícolas: a Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos e a Indicação de Procedência (IP) Pinto Bandeira, na serra gaúcha. Veja a seguir um texto preparado pelo Ibravin sobre o assunto, com fotos dos técnicos do trabalho.

O levantamento vinha sendo realizado desde o ano de 2012 por técnicos da Embrapa Uva e Vinho (órgão especializado do MInistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com sede em Bento Gonçalves/RS) e foi lançado no fim de outubro pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) na forma de CDs e links.  Veja abaixo um mapa resumido da Altimetria da DO Vale dos Vinhedos. Cada pequeno quadradinho é uma propriedade – a mancha urbana da cidade pode ser vista ao lado.

 

Além de divulgar os dados de área obtidos no levantamento de campo, o Cadastro Vitícola Georreferenciado apresenta informações com a tecnologia SIG – Sistemas de Informações Geográficas, com detalhes dos vinhedos, cultivares, porta-enxertos, sistemas de condução, área, produção, suas coordenadas geográficas e a caracterização da viticultura local, por meio da geomorfologia da região de referência. O estudo também apresenta informações sobre aspectos paisagísticos e histórico-culturais como esta capelinha no meio do vinhedo na foto de Gilmar Gomes. 
Segundo os editores da publicação, os pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho Loiva Maria Ribeiro de Mello e Carlos Alberto Ely Machado, as informações disponíveis irão contribuir para qualificar a produção de uvas, vinhos e espumantes da IP e da DO. “As indicações geográficas permitem organizar e diferenciar a produção, identificando o melhor potencial produtivo das áreas e qualificando as uvas e vinhos das regiões”, pontua a pesquisadora Loiva Maria. O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus, diz que as IGs são a possibilidade de desenvolvimento de uma agricultura mais diversificada e que valorize a produção local. “Esse levantamento pode servir de referencial para as próximas indicações”, salienta Zanus. Abaixo um mapa resumido da exposição solar dos vinhedos da DO Vale dos Vinhedos.
Para o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, o georreferenciamento é importante para saber quais são as variedades plantadas e a quantidade produzida nas diferentes regiões vitivinícolas. “Isso nos traz a segurança quanto à qualidade dos vinhos, sucos e espumantes destas regiões produtoras, é bom para a imagem do Brasil como país produtor de vinhos”, frisa. Veja abaixo um mapa com os vinhedos de uvas tintas autorizadas (em vermelho) e demais vinhedos na DO Vale dos Vinhedos.

 

O presidente da Associação de Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Márcio Brandelli, acredita que os resultados do estudo serão importantes para qualificar ainda mais os produtos elaborados naquela região e também para encaminhar demandas às autoridades responsáveis. “Muitas vezes, quando encaminhamos pedidos aos governos, nos são solicitados dados do setor. Agora, temos como obtê-los”, comemora. Na foto abaixo método de condução da vinha.

 

Para o presidente da Associação dos Produtores de Vinhos de Pinto Bandeira, Daniel Geisse, o mapeamento das informações da IP serão úteis no encaminhamento da DO de espumantes do município. “É uma conquista fantástica para todos”, avalia.
·      Para conhecer detalhes sobre o Vale dos Vinhedos acesse http://www.cnpuv.embrapa.br/pesquisa/cadastro/cds/CDROM_VV/site/home.html
·      Para conhecer detalhes sobre Pinto Bandeira acesse
·      Para saber mais sobre o Ibravin acesse http://www.ibravin.org.br/institucional.php
·      Conheça o projeto de georrerenciamento do Uruguai em http://www.invinoviajas.com/2014/12/com-o-georreferenciamento-de-100-da/
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil. Texto original produzido pela Assessoria de imprensa do Ibravin; fotos de Gilmar Gomes com autoria identificada ou dos autores do trabalho da Embrapa Uva e Vinho

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *