Viela Dourada do Castelo de Praga: 500 anos de mistérios, soldados, alquimistas, bandidos e intelectuais

Tempo de leitura: 3 minutos

 

Por Rogerio Ruschel (*)

O maior castelo do mundo, segundo o Guiness Book, é o Castelo de Praga, com 72,5 mil m² – declarado Patrimonio Mundial da Humanidade pela Unesco. Pessoalmente creio que é também uma das construções mais interessantes do mundo, porque é muito mais do que um castelo – vamos dizer assim, convencional – como tantos que você conhece na Europa: é uma coleção de atrativos muito loucos. Na foto abaixo o Castelo de Praga no alto da colina.

 

Construído em torno do ano 850 depois de Cristo pela Família Premysl (que dominaria a região por séculos) no alto da colina de Hrad como uma fortificação para proteger a margem esquerda da cidade em relação ao rio Vltava, ao longo dos séculos foi sendo ampliado e serviu de moradia para reis e rainhas; atualmente é o palácio do governo da República Tcheca.
A estrutura do castelo foi sendo ampliada e modificada ao longo dos séculos e hoje é composto por três páteos interiores que misturam todos os estilos arquitetônicos da cidade. E nestes páteos do Castelo de Praga estão inúmeras construções, entre as quais o Palácio Real e a Catedral de São Vito (veja abaixo).

 

Estão também a Torre da Pólvora, o Convento de São Jorge, o Palácio Lobkowicz, a Viela Dourada (ou Viela do Ouro) e a Torre Daliborka, uma prisão medieval, hoje um museu de memória das casinhas e de outras áreas do Castelo de Praga, inclusive, é claro, equipamentos de torturas e armaduras.

 

Em outros posts você vai conhecer o Castelo de Praga e estas construções em detalhes, mas agora quero falar sobre a Viela Dourada – veja abaixo.

 

A Viela Dourada foi construída no final do século 16 para servir de moradia aos 24 membros da guarda do Imperador Rodolfo II: era, vamos dizer assim, uma pequena senzala para que os guardas pudessem estar próximos do Imperador – veja lembranças destes guardas nas fotos abaixo.

 

Mais ou menos um século depois as ruas foram tomadas por artesões e ourives que modificaram os prédios para poder instalar seus equipamentos.

 

No século 19 a área entrou em decadência e as casinhas acabaram sendo tomadas por miseráveis e criminosos. No começo do século 20 o perfil dos moradores foi mudando, e boêmios e intelectuais acabaram se instalando por lá.

 

Dois intelectuais nascidos na cidade que moraram na Viela Dourada foram o poeta Jaroslav Seifert, Premio Nobel de Literatura de 1984 e Franz Kafka, um dos escritores tchecos mais reconhecidos, que morou com a irmã por alguns meses na hoje identificada casa 22.

Originalmente as casas não tinham números, eram identificadas por símbolos e brasões e conhecidas pelos nomes como Casa do Carneiro de Pedra, Casa do Pobre Infeliz, Casa da Madona de Pedra, Casa da Estrela Azul e Casa das Cegonhas. Veja abaixo alguns dos brasões expostos no pequeno museu.

Muitas lendas cercam a Viela Dourada, até mesmo de fantasmas que movem coisas. Um das histórias é que a viela teria sido um local de prática de magia e de misteriosas pesquisas sobre Alquimia, o ramo da ciência ou bruxaria que pretendia transformar as coisas em ouro.

 

Atualmente a Viela Dourada é um conjunto de pequenas lojas de lembranças para turistas e na parte superior das casinhas foi montado um pequeno museu de armaduras, roupas, brazões e outros equipamentos da idade média da região, a Boêmia central. Como é um lugar escuro propositalmente, as fotos não ficaram lá grande coisa, mas servem como registro. Eu mesmo, como vistante (abaixo), tinha que olhar bem de perto para poder ver detalhes.

 

Por enquanto é isso. Em outro post você vai conhecer um pouco mais sobre o Castelo de Praga. Até lá, um brinde à criatividade humana.
(*) Rogerio Ruschel – rruschel@uol.com.br– é jornalista de turismo e consultor especializado em sustentabilidade e foi a Praga por conta dele mesmo.

 

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