Brasil vai investir 130 milhões de Reais para vinícolas brasileiras poderem competir com o Acordo União Européia e Mercosul

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Por Rogerio Ruschel

Meu caro leitor ou leitora, parece que a videira plantada simbolicamente por Jair Bolsonaro em Bento Gonçalves em dezembro deste ano, com outros presidentes do Mercosul (foto acima), vai mesmo dar frutos. Os produtores de vinho brasileiros receberão um forte empurrão do governo para enfrentar a crescente concorrência internacional, porque, como já publicamos mais de uma vez aqui no “In Vino Viajas”, o acordo comercial entre a União Européia e o Mercosul favorecerá em preço os produtores mais tradicionais – e eficientes – da Europa. Pelo acordo o vinho europeu entrará no Brasil livre de impostos de importação em oito anos, após gradativa queda. Os produtores brasileiros alegam incapacidade de competir por causa dos impostos, o que em parte é verdade.

Segundo informações da agência Bloomberg, o governo Bolsonaro planeja separar cerca de 130 milhões de Reais provindos do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados para criar  um fundo, chamado Modervitis, que será usado para apoiar vinícolas brasileiras por 5 a 10 anos. Essa estratégia pretende ser temporária e não faz parte das negociações com a UE, segundo fontes da própria agência. É provável que o fundo seja lançado em 2020, mesmo antes do Congresso ratificar o acordo comercial com a UE.

Os produtores brasileiros querem antecipar o problema que enfrentaram a partir de 1991 quando Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai criaram a união aduaneira do Mercosul e assinaram um acordo com o Chile, que permitiu que os vinhos desses países inundassem o mercado local a preços baixos. Para cada 10 garrafas de vinho vendidas hoje no Brasil, apenas uma é nacional, segundo Deunir Argenta, presidente da Uvibra. Em volumes, o país importou 110 milhões de litros de vinho em 2018, em comparação com 14 milhões de litros de vinhos finos nacionais vendidos no mesmo período. E quase metade das importações veio do Chile.

O Modervitis deve substituir (e ampliar generosamente) os investimentos que o governo estadual do Rio Grande do Sul fazia mantendo o Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho, que foi desmantelado em 2019 depois de serem descobertas uma série de práticas “não convencionais” de gestão. A União Brasileira de Vitivinicultura – Uvibra, que liderou as conversas com o Governo Bolsonaro, está assumindo os compromissos do fracassado Ibravin.

Parte destas conversações tiveram lugar em junho de 2019 durante a realização da 55ª Cúpula do Mercosul, no Spa do Vinho Hotel & Condomínio Vitivinícola, em Bento Gonçalves, na serra gaúcha. No evento foi altamente presitigiada a vitivinicultura do Vale dos Vinhedos para os convidados dos quatro paíes, por sugestão de Deborah Villas-Bôas Dadalt, diretora do Spa do Vinho – a moça da foto acima. Muito ativa, a diretora do hotel, em parceria com entidades do setor, está liderando um processo de criação de uma Zona Franca do Vinho na Serra Gaúcha.

3 Comentários


  1. A escolha dos adjetivos e a orientação temporal podem revelar muito sobre um escritor. Quem viver, verá.

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