Junte-se aos parisienses para beber vinho em mamadeira de plástico – mas se prepare porque tem fila!

Tempo de leitura: 3 minutos

 

Por Rogerio Ruschel (*)
Meu prezado leitor ou leitora: sugiro que na próxima vez que você for a Paris aproveite para mamar um pouquinho como as meninas da foto acima e os grandalhões da foto abaixo.

 

Calma que eu explico: é que vou sugerir que você conheça o bar-restaurante “Le Refuge des Fondus” (foto abaixo) em Montmartre, para poder tomar vinho (francês, logicamente) em mamadeiras de plástico.

 

Isso mesmo: na capital da França, o país mais chique e que mais faz questão de sofisticar o consumo do vinho, consumidores fazem fila na porta de um pequeno bar-restaurante para beber vinho em mamadeiras. Em fins de semana são tantas pessoas que o restaurante prepara filas de mamadeiras para atender a correria, veja abaixo. Por essa nem a Viúva Cliquot esperaria!

 

Esta ideia maluca obviamente está bombando na internet e daqui a pouco vai aparecer no Brasil como uma grande invenção tupiniquim, mas você vai lembrar que viu primeiro aqui no In Vino Viajas. Eu cumprimento quem teve a coragem de romper os paradigmas ao comunicar que vinho é uma bebida alegre e gostosa que deve ser consumida com alegria e por prazer, em ambiente descontraído com os amigos, e que pode até mesmo continuar a ser romântico, como você pode ver abaixo.

 

Esta ideia vai ajudar a criar mais consumidores para o vinho como um produto que compete no mercado com outras bebidas mais jovens e criativas – batalha, aliás, que o vinho vem perdendo nos últimos anos. O grande mérito – além é claro, de ser divertido ver seus amigos mamando num restaurante – é acabar com mitos e rituais que alguns especialistas pretensiosos ainda insistem em manter a respeito do consumo do vinho – atitude que está completamente fora de contexto no século XXI e assusta as pessoas, não ajudando a aumentar a base de novos consumidores da bebida.

 

O fondu-restaurante (que é como eles mesmo se identificam) fica no animadissimo bairro parisiense de Montmartre, conhecido pela igreja Sacre Couer, mas também pelos cabarés (entre os quais o Moulin Rouge) e por ser o principal bairro boêmio de Paris, onde moraram pintores como Picasso, Modigliani, Toulouse-Lautrec, Renoir, Van Gogh e Gauguin e escritores como Balzac, Emile Zola, Boudelaire, Max Jacob e Apollinaire. No bairro também fica o mini-vinhedo urbano mais charmoso do mundo, o Clos de Montamrtre. Veja no fim deste artigo como conhecer todas estas atrações de Montmartre sem ter que sair do “vinhedo global” de In Vino Viajas.

 

Mas para ser honesto com você, meu prezado leitor ou leitora, anote: 1) se você preferir, pode ser servido em taças; 2) é preciso fazer reserva e o ambiente é muito apertado; 3) dizem que a ideia foi copiada de um restaurante que existia em Nova Iorque – o La Cave de Fondues, no Soho; 4) vinho em mamadeira também já pode ser apreciado em outro restaurante de Paris, o  “Le Zéro de Conduite”, que simplesmente copiou a ideia. Um crítico francês escreveu que o vinho servido não é o de melhor qualidade da França (e povavelmente também não tão caro) e que o dono do restaurante o serve em mamadeiras para pagar menos impostos. Pode ser, mas o vinho é francês e o consumidor gosta.

 

Enfim, como estudioso de marketing sempre faço um brinde para uma boa ideia que aumente o mercado desde que issso não desqualifique o produto.
Conheça o Clos de Montmartre, o pequeno e charmoso vinhedo de Paris – http://www.invinoviajas.com/2013/05/clos-de-montmartre-o-pequeno-vinhedo/
Conheça a mais charmosa igreja de Paris, a Sacre Coeur de Montmartre – http://www.invinoviajas.com/2013/10/sacre-coeur-de-montmartre-conheca-mais/
Conheça os belissimos posteres que comemoram 80 anos da Fête des Vendanges em Montmartre – http://www.invinoviajas.com/2013/05/a-criativa-arte-grafica-da-festa-da/
Fotos publicadas originalmente no site do restaurante: https://www.facebook.com/lerefugedesfondus/photos_stream
(*) Rogerio Ruschel edita In Vino Viajas em São Paulo, Brasil e gosta de vinhos em garrafa de vidro, tetra-pack ou – quem sabe? – mamadeira de plástico!

 

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