Um vinho rosé que deixa o mundo mais divertido: a criatividade rejuvenesce produtos

Tempo de leitura: 2 minutos

 

Por Rogerio Ruschel (*)
Uma das mais importantes tarefas de marketing é não deixar o produto envelhecer para não perder mercado. Vinhos não escapam desta lógica do mercado consumidor consumista: precisam se renovar constantemente. Só que o vinho tem um problema: o produto tem custo de produção mais elevado do que outras bebidas como cachaça e cerveja. Isso porque em sua cadeia de produção estão custos e condições de produção complexos como cultivo e crescimento incontroláveis (afinal a uva depende do clima) e processos agrícolas e industriais sempre complexos, como mostra o divertido poster grego abaixo que você entende mesmo sem saber grego…

 

Além disso este é um negócio que exige investimentos custosos e de longo prazo: às vezes até 15 anos investindo num vinho que amadurece em caves escuras acumulando poeira (como na foto abaixo) antes de começar a vender o produto, para compensar a trabalheira. E também, é claro, exige talento e criatividade, porque vinho é mais do que amassar uvas e deixar fermentar, como você já viu muitas vezes aqui no In Vino Viajas.

 

Os franceses – especialmente em Bordeaux, (foto abaixo, vinhedo em Saint Emillion) e Borgonha – tem problemas com isso porque levam o assunto muito a sério; como eu costumo dizer, eles fazem vinhos para se beber de terno e gravata. Então fica difícil aumentar a base de consumidores porque o tempo vai passando até mesmo para pessoas bebedoras de vinhos caros e austeros que um dia acabam como consumidores – e os novos consumidores podem já ter migrado para outras bebidas ou outras marcas. 

Mas existem idéias criativas e adequadas para rejuvenescer o consumo do vinho e popularizar seu consumo sem perde o charme da tradição. Neste post você vai conhecer uma delas, que brotou na Polônia.

Um estúdio de design da Polônia chamado Luksemburk bolou uma embalagem de vinhos rosé para uma vinícola da Califórnia, Estados Unidos que já ganhou um monte de prêmios mundo afora: é a série Pink Glasses, “lentes cor de rosa”. 

 

A idéia básica é simples: vinho rosé é um produto mais informal do que vinhos tintos e brancos e é geralmente apreciado em grupos, preferencialmente por mulheres e em ambientes mais soltos, com pessoas mais jovens.

 

Como os rótulos podem ser retirados facilmente (veja abaixo), a garrafa se transforma em um divertido óculos cor de rosa que vai mostrar as coisas muito mais divertidas – pelo menos para o grupo, naquele momento de alegria na mesa. Simnples e divertido, não?

 

Esta agência é responsável também pela embalagem de um vinho verde de Portugal chamado “Na mão” – veja abaixo como eles interpretaram o nome do vinho ao pé da letra – ou na mão da letra, sei lá…
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo e já teve a oportunidade de fazer o marketing e a comunicação de dezenas de produtos procurando remoçar sua imagem.

6 Comentários


  1. Discordo: Os franceses – especialmente em Bordeaux, (foto abaixo, vinhedo em Saint Emillion) e Borgonha – tem problemas com isso porque levam o assunto muito a sério; como eu costumo dizer, eles fazem vinhos para se beber de terno e gravata. Então fica difícil aumentar a base de consumidores porque o tempo vai passando até mesmo para pessoas bebedoras de vinhos caros e austeros que um dia acabam como consumidores – e os novos consumidores podem já ter migrado para outras bebidas ou outras marcas.

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  2. E uma questão de tradição e respeito aos ancestrais, o mundo pode evoluir mas nunca esquecer a verdade e suas heranças , é triste ver onde o mundo inteiro esta indo, não so em relação o vinho.

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  3. Concordo, Jean, não podemos jogar fora milhares de anos de aprendizado relacionado à cultura do vinho tão bem representada por produtores de Bordeaux e da tua (e minha) querida Borgonha. No entanto como qualquer setor industrial, a vinicultura também precisa renovar seu protfólio de marcas e produtos e ampliar sua base de consumidores. Grato pelo contato, abs

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