Conheça o Palácio de Pena, em Sintra, Portugal, uma neo-maravilha com arquitetura neogótica, neomanuelina, neoislâmica e neorenascentista.

Tempo de leitura: 5 minutos

Por Rogerio Ruschel (*)

Meu prezado leitor ou leitora, quero te apresentar o mais curioso castelo que já conheci, o Palácio Nacional de Pena, uma das 7 maravilhas de Portugal, com certeza um dos mais visitados daquele país, até porque é considerado um dos mais bonitos do mundo.

Como é um castelo com uma arquitetura muito diferenciada, que mistura elementos neogóticos, neomanuelainos, neoislâmico, neorenascentista, neo-inidiano e também espanhois e germânicos inventados pelo seu criador o rei-consorte Fernando II, embora o castelo tenha mais de 500 anos de história, vou começar esta história pelo fim.

Em 1838 o rei-consorte Fernando II se apaixonou pela Serra de Sintra, seus bosques, trilhas e jardins e seu patrimônio, incluindo um velho convento do século XVI dedicado a Nossa Senhora da Pena que estava em ruínas, e o Castelo dos Mouros, que ainda está lá até hoje. Fernando II não gostava de política – assunto que ele deixava por conta de sua mulher, a Rainha D. Maria II – mas gostava muito de artes, razão pela qual ficou conhecido como “o Rei Artista”. O tal convento por sua vez tinha sido construído sobre as ruinas de uma pequena capela do tempo do Rei João II, em torno de 1480, e mesmo tendo sido reconstruído no século XVI estava em ruínas por ter sofrido com um raio e com o terremoto de 1755.

Pois o Rei Artista decidiu transformar este velho convento arruinado em um palácio de verão e encomendou o projeto a um mineralogista alemão e arquiteto amador, o Barão von Eschewge, cidadão muito viajado e que tinha estudado em vários lugares do mundo. Pois é, meu caro leitor ou leitora, o rei contratou um mineralogista pra construir um castelo – e deu certo!

O alemão era muito culto e criativo e se dedicou de corpo e alma à encomenda do rei português, apesar do próprio rei Fernando frequentemente mudar o projeto e dar palpites que complicavam a obra. Foram ideias dele, por exemplo, colocar no projeto arcos ogivais, torres com estilo medieval, azulejos de inspiração espanhola e até elementos de construção e decoração de inspiração árabe. Para resumir, a obra ficou pronta em 1848, e se revelou fabulosamente diferente, com uma arquitetura que misturava elementos neogóticos, neomanuelainos, neoislâmicos, neorenascentistas e neo-inidianos, além de outras inspirações muito doidas, como a idéia de colocar um Tritão em um portico comandando uma das entradas internas – veja acima e no detalhe, abaixo.

Pois hoje tudo isso é uma das grandes atrações turísticas de Portugal: a serra de Sintra com seus bosques, jardins e passeios, o Castelo dos Mouros, o Chalé da Condessa e principalmente o magnífico Castelo de Pena ou, como passou a ser chamado quando se tornou estatal, Palácio Nacional da Pena.

O Palácio atrai mais de 900 mil visitantes por ano porque é mesmo muito interessante: para qualquer lugar que você olhe vai encontrarr algo diferente e bonito, tanto nas partes sociais quanto na área residencial, com suas salas (hoje com exposições sobre o rei Fernando II), os quartos, a cozinha monumental (abaixo) e outros detalhes que você está vendo ao longo desta reportagem.

Atualmente é gerido por uma empresa privada, a Parques Sintra-Monte da Lua, S. A., e obviamente tudo é limpo e organizado; prepare-se para algum estresse para pegar os ônibus que vão até o Palácio, porque sempre tem muita gente.

São muitas as varandas, sacadas e torres, cúpulas, escadas e janelas; portais, túneis, corredores, saletas e muitas salas, entre as quais as Salas dos Veados, de Saxe e o Salão Nobre, com estuques, lustres e móveis; o Gabinete do Rei D. Carlos; o Terraço da Rainha, o melhor para se observar a arquitetura do Palácio e onde estava o Relógio de Sol que disparava um tiro de canhão ao meio-dia.

Visite também o Claustro Manuelino e a Capela (acima), ambos parte original do antigo mosteiro do século XVI dos frades Jerônimos; os Aposentos de D. Manuel II; a Sala de Fumo, também conhecida como Sala Indiana; a Sala de Visitas e as Salas de Passagem com porcelanas de Wenceslau Cifka, muito lindas.

Meu caro leitor ou leitora, o Palácio Nacional de Pena merece no mínimo umas três horas de visita, e como é impossivel você não tirar pelo menos uma centena de fotos, informo que o melhor horário para fotografá-lo é de manhã bem cedinho ou no fim da tarde. E faça isso do Terraço da Rainha, hoje uma cafeteria no final do roteiro de visita, o melhor para se observar a arquitetura do Palácio e o sol se pondo sobre o vale de Sintra, lá embaixo.

Se você gosta de caminhar e quer passear pelos jardins vale a pena, mas suba de ônibus para poder descer a pé; não faça o contrário, porque o trajeto é longo. O Palácio de Pena tem tantos detalhes interessantes que vou publicar aqui no In Vino Viajas uma outra historia sobre seus jardins e sobre o Triton misterioso que recebe os visitantes no páteo interno (na foto abaixo me recebendo…). Brindo a isso: viva a criatividade de Fernando II.

Saiba mais sobre horários aqui: http://migre.me/w8WAn

(*) Rogerio Ruschel

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