Inauguração da Cité du Vin, o Maior Museu do Vinho do Mundo em Bordeaux, França, é Marcada por Protestos de Sindicalistas e Ambientalistas

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Por Rogerio Ruschel (*)

Meu prezado leitor ou leitora, o projeto é gigantesco: um museu do vinho na forma de um decanter com 55 m de altura e 14.000 m2 de área, com 19 salas de exposição, levou 3 anos para ser construído e custou 81 milhões de euros. Na verdade é mais do que um Museu: é um parque temático, uma cidade do vinho – ou, como o nome reafirma, uma Cité du Vin. O custo foi dividido entre o governo francês (2%), a cidade de Bordeaux (com 38%), a União Européia (com 40%); os restantes 20% vieram de doações privadas, incluindo os proprietários dos “Châteaux”.

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Mesmo com apenas 2% do investimento, o presidente francês François Hollande abriu dia 31 de maio oficialmente a “Cité du Vin” – que vem sendo chamada de  o “Guggenheim do Vinho” – ao lado do prefeito de Bordeaux, Alain Juppé (foto acima), candidato presidencial e portanto rival de Hollande nas próximas eleições.  Aliás, só para deixar claro, o projeto não é do Guggenheim, é do estudio XTU, imita um decantador de vinho e é recoberto por paineis de aluminio com vidro serigrafado.

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Além da saia curta dos rivais lado a lado – cada um puxando “a sardinha” para seu assado – a inauguração e visita de Hollande também foi marcada pela presença de vários grupos de manifestantes que protestavam contra a situação econômica do país, grupos contrários á reforma trabalhista em processo e também por ambientalistas que vem reclamando de maneira consistente contra o grande volume de substâncias químicas utilizadas na viticultura francesa – especialmente em Bordeaux, uma das regiões com maior uso de defensivos agrícolas na França.

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De qualquer maneira o presidente Hollande destacou a importância econômica do novo museu que espera receber 500.000 visitantes por ano e arrecadar uma receita de 38 milhões de Euros anuais. Para chegar a estes números, a “Cité du Vin” vai ter um amplo programa de eventos e mostras, oferecer visitas educacionais, restaurantes, bares e uma adega de vinhos com mais de 14.000 garrafas, além de se tornar o epicentro de feiras, seminários e congressos (veja abaixo o auditório).

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O passeio mais comum, que custa 20 Euros, oferece uma jornada para descobrir a cultura do vinho, a mais antiga bebida ainda em uso (além da agua), em diferentes sociedades e regiões, com degustações e numerosas instalações multimídia. Atualmente Bordeaux, cidade declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO atrai seis milhões de visitantes por ano.

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De uma coisa os franceses tem razão, e foi destacada pelo presidente francês: “O vinho representa a maneira que a França é visto pelo mundo: um país de cultura e um estilo de vida que todo mundo quer imitar e estamos muito orgulhosos”, disse o presidente. O que pouca gente percebeu e foi muito pouco divulgado pela imprensa, mas In Vino Viajas destaca, é que o presidente Hollande recebeu, pouco antes da inauguração, o primeiro-ministro da Geórgia, Giorgi Kvirikashvili, porque a primeira exposição individual do novo centro de vinho será dedicada ao processo produtivo georgiano denominado “qvevri”, tombado como patrimônio imaterial da Humanidade pela Unesco: a mostra será em julho e agosto de 2017 e vai homenagear também o fato da Geórgia ser considerada o berço do vinho no mundo.

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O Brasil vai estar presente da Cidade do Vinho com a exposição de 15 garrafas de produtores brasileiros, vinhos premiados em 2015, vinhos premium de suas respectivas regiões  e vinhos representativos da diversidade de terroirs. A participação basileira foi viabilizada pelo Wines of Brasil, projeto setorial realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Brindo a isso!

(*) Rogerio Ruschel edita In Vino Viajas a partir de São Paulo, Brasil

 

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