Vinicola Dal Pizzol resgata tradição familiar do “Vino sotto terra” no Vale dos Vinhedos, sul do Brasil, enterrando garrafas de vinho

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Por Rogerio Ruschel, com textos de Divulgação

Meu estimado leitor ou leitora, em torno do vinho gravitam tradições as vezes milenares, formando o que se chama de “cultura do vinho”. Pois veja aqui outra tradição destas. Há 13 gerações, ainda na Itália, a Família Dal Pizzol (de Bento Gonçalves, no sul do Brasil), costumava enterrar algumas garrafas de vinho em safras excepcionais, numa tradição chamada de ‘Vino sotto terra’. Retomando a tradição, a sexta geração da familia no Brasil, representada pelos irmãos Rinaldo Dal Pizzol e Antônio Dal Pizzol, enterrou no dia 4/02/2017 um grupo de 85 garrafas de vinhos dentro de um barril de carvalho (foto abaixo) que permanecerão intocáveis até 2022.

O ritual fez parte da programação da 7ª Colheita Simbólica do Vinhedo do Mundo, uma das grandes coleções de uvas do planeta (veja foto abaixo), que In Vino Viajas já apresentou aqui – em http://www.invinoviajas.com/2014/12/o-vinho-brasileiro-transbordou-das/ A mais nova atração do Ecomuseu da Cultura do Vinho, que fica na Rota Cantinas Históricas, em Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves, serra gaúcha, está guardada a uma profundidade de 1 metro, dentro de um barril de carvalho. A seleção está composta por 25 garrafas do VINUMMUNDI de cinco colheitas (2012, 2013, 2014, 2015 e 2016) e mais 60 garrafas, entre elas 20 de Cabernet Franc, 20 de Merlot e 20 de Enoteca Dal Pizzol.

O hábito familiar, trazido da Pátria de origem – o Triveneto -, foi seguido sendo praticado pelas primeiras gerações de imigrantes. Já no Brasil, era comum guardar garrafas de vinho branco Peverela, variedade de colheita tardia. Elas ficavam guardadas na casa paterna, na Linha Paulina, em Faria Lemos, uma prática que acontecia sempre entre os meses de maio e junho, no final do outono. A descoberta das garrafas de vinho era efetuada poucos dias antes do Natal, depois de terem repousado todo o inverno sob a terra. Este vinho era objeto de desejo e destaque nas festas de final de ano, que se estendiam até 6 de janeiro nas comemorações da Epifania, da Befana e do Panevin, de origem veneta. Rinaldo dal Pizzol é um dos autores da mais completa obra sobre o vinho gaúcho, veja foto abaixo.

Durante o ano, o Ecomuseu da Cultura do Vinho, com o seu acervo, pode ser visitado por turistas, apreciadores, aficcionados, estudiosos e interessados pelo mundo do vinho, de segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30min. Para grupos é preciso agendar reserva pelo telefone 54-3449.2255 ou e-mail dalpizzol@dalpizzol.com.br.

Fotos: Gilmar Gomes

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