Conheça a Maria Fumaça do Vale dos Vinhedos, o charmoso trem do vinho brasileiro que encanta os visitantes e se exibe no cinema e na televisão

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capa trem do vinho brasil, seltonj

Por Rogerio Ruschel (*)

 Meu prezado leitor ou leitora, recentemente estive conhecendo de perto mais um trem do vinho da minha “coleção”: a linda Maria Fumaça, o Trem do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, Brasil, que integra três municípios vinhateiros muito importantes do Brasil: Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa – fotos acima e abaixo.
trem postal de 1990
Como você sabe gosto muito de trens, já apresentei aqui a Linha Ferroviária do Douro, Portugal (acesse http://www.invinoviajas.com/2016_05_01_archive.html) e em breve vou apresentar também o Trem do Vinho do Napa Valley da California, Estados Unidos; os trens do vinho das Rutas de Vino da Galicia, Espanha e o Trem do Vinho do Vale de Colchagua, no Chile. Alguns deles podem ser um meio de transporte barulhento, lento, demorado e as vezes até poluente, mas os trens tem lá o seu charme turístico e se eles estiverem integrados a um roteiro encantador, em algumas das regiões vinícolas mais lindas do mundo, é impossivel não gostar; as crianças simplesmente adoram, como registrei em Bento Gonçalves (foto abaixo).
crianças

A Maria Fumaça, também conhecida como Trem da Uva, é uma linha ferroviária com 23 quilômetros que atravessa o Vale dos Vinhedos, a mais importante e bonita região vinícola do Brasil, na serra gaúcha. Como quase todos os trens do mundo, o Trem do Vinho gaúcho registra em sua história muitos engates e desengates de vagões, de histórias e decisões politicas que complicaram sua vida.

trem e paisagem 1

A Maria Fumaça gaúcha serviu para o tráfego de trens regulares de 1919 até meados da década de 1970, morreu e ressuscitou em 1978; mas fechou de novo e em 1993 teve sua operação retomada parcialmente pela empresa Giordani Turismo com o objetivo de operar o passeio turístico de trem a vapor, com uma recuperada charmosa “Maria Fumaça” de construção alemã de meados do século XX. Não sou especialista, mas fui verificar de perto e ao que me parece ela está pronta para rodar pelo menos ainda mais 50 anos…

RR e o trem

E deu muito certo no turismo, porque além de atrair turistas – muitos turistas – o investimento da Giordani atraiu também artistas e diretores de cinema. De fato a estação ferroviária de Garibaldi, assim como o trem, já trabalharam em vários filmes e séries para a televisão, em comerciais publicitários e filmes para o cinema. Para sua mais recente atuação, a estação e o trem foram adaptados para voltar aos anos 1960, época em que foi ambientado o filme de longa metragem “O Filme da Minha Vida”, dirigido e estrelado por Selton Mello, em 2015 (fotos abaixo). Depois das filmagens, o vagão restaurado foi incorporado ao passeio da Maria Fumaça e hoje é cenário de muitas histórias de turistas emocionados.

selton e taça
selton e trem

O passeio de Maria Fumaça é uma das grandes atrações da Serra Gaúcha. Atualmente o roteiro oferece 23 quilômetros de belezas cênicas percorridos nos municipios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, em cerca de duas horas, com retorno de onibus (ou vice-versa). Em alta temporada são vários roteiros por dia, inclusive um noturno. Mas além das belas paisagens que se vê pela janela, a satisfação também vem da experiência do turista nas estações e vagões. No roteiro que fiz (no outono de 2016, R$ 98,00 por pessoa), o trem puxava 6 vagões com 42 a 52 lugares, quase todos lotados por centenas de pessoas que começam a se divertir na plataforma.     musicos plafaforma

Na estação de embarque, em Bento Gonçalves (aliás, muito bem preservada, com banheiros limpos e com boas lojas de souvenirs), o turista ganha um cálice e pode degustar gratuitamente espumantes e vinhos da região (aliás, ótimos) servidos por jovens educadas vestidas a caráter, como na foto abaixo.

atendente vinho

Se você quiser, pode participar mais ativamente do ambiente, se vestir e fazer uma foto à moda antiga com seu parceiro(a) ou amigos. Eu não resisti e registrei o momento em que, na minha imaginacão, chegava a Garibaldi como um imigrante italiano, aí pelos anos 1920 – veja a foto abaixo…
imigrante RR

Durante o passeio, adultos e crianças são atendidos por uma guia (qualificada) que conta histórias e fornece informações turisticas muito bemvindas, seguida por apresentações muito divertidas que podem incluir grupos tocando tarantelas (músicas italianas muito alegres), canções italianas de amor e saudades, músicas gauchescas e pequenos esquetes teatrais contando histíorias da vida dos imigrantes. 
Grupo_Italiano_no_Trem

Alguns turistas se animam e dançam alegremente nos corredores dos trens, transformando o ambiente em uma festa familiar, divertida e animada. E tudo sempre com muito bom gosto, que é uma das marcas do turismo (e da vida) na serra gaúcha.

turistas dançãndo

No meio do caminho, em Garibaldi, há uma recepção com grupos musicais na estação e degustação de espumantes e sucos de uva. E no destino final, Carlos Barbosa, também acontecem apresentações de música italiana. 

musico no tem

Então meu caro leitor ou leitora, quer alegria? Vá pro sul, conheça os encantos de Garibaldi, coma muuuuito bem, conheça ótimos vinhos, seja bem tratado, sinta-se respeitado e feliz. E para animar ainda mais sua viagem embarque na Maria Fumaça do Vale dos Vinhedos, o trem que vai transformar você em um(a) artista de cinema. Ou pelo menos vai tentar…

Para saber mais sobre turismo em Garibaldi acesse http://www.turismogaribaldi.com.br/
Em Garibaldi sugiro se hospedar no Casacurta Hotel – http://www.hotelcasacurta.com.br/
(*) Rogerio Ruschel, o editor de in Vino Viajas, é gaúcho e foi revisitar sua terra a convite da Secretaria de Turismo e Cultura de Garibaldi, Giordani Turismo e Hotel Casacurta.

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