Editora Tapioca lança “Guia de Vinícolas España”

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Meu caro amigo ou amiga, se você gosta de viajar, visitar adegas e degustar vinhos, os livros de Flávio Faria são muito úteis. Segundo a editora Tapioca, o economista especializado em sistemas de gestão Flávio Faria já visitou mais de 300 vinícolas entre 2008 e 2015 no Brasil, Chile, Argentina, Portugal, Itália, Estados Unidos, Hungria, Suíça, África do Sul e França. Economista, professor, Mestre em Sistemas de Gestão e pós-graduado em marketing, o autor consegue tempo para visitar vinícolas mundo afora – e escrever guias sobre elas.

Depois dos Guias de Vinícolas do Chile, Argentina, Portugal e Brasil & Uruguay, o autor apresenta as regiões vitivinícolas da Espanha. O que é uma tarefa muito complexa, porque a Espanha é o maior produtor mundial, tem pelo menos 70 Denominaciones de Origen que merecem ser conhecidas e recebe mais de 4 milhões de enoturistas por ano. Em 2020 a Espanha comemora 3.120 anos produzindo vinhos. Segundo historiadores, os fenícios chegaram à Peninsula Ibérica e fundaram Gadir (atual Cadiz) em torno do ano 1.100 A.C. e na sequência a comunidade de Xera (atual Jerez), onde plantaram uvas e começaram a produzir vinhos. Será que aprenderam a produzir vinhos? Veja abaixo dados de pesquisa do perfil do enoturista na Espanha em 2017.

Como existem mais de 10.000 vinícolas na Espanha, organizar um plano de viagem para conhecê-las é uma tarefa complicada, e o autor teve que fazer uma escolha: selecionou as regiões vitiviníolas de Ribera del Duero (Aranda e Peñafiel), Rioja Alta (Haro e Logroño) e Rioja Alavesa. Tem outras regiões de primeira classe? Claro, na Costa Mediterrânea, onde estão Priorato, Montsant, Penedès e Jumilla; Jerez, na Andaluzia e Rias Baixas, na Galicia, por exemplo, cada uma com seu estilo de vinho. Aliás, Aranda del Duero é a Capital Europeia do Vinho em 2020, eleita pela Recevin – Rede Europeia de Cidades do Vinho.

Mas as regiões escolhidas pelo autor são excepcionais. Ele avaliou dezenas de adegas e publica um Ranking com os 30 melhores vinhos de Ribera e Rioja; 108 indicações de onde comer e ficar; a história e o que vale conferir em cada vinícola; os destaques nas categorias: vocação turística, visita técnica, guia turístico, degustação, loja, valor e restaurantes nas vinícolas; EspañaChic: um roteiro de 10 dias para desfrutar do melhor de Ribera e Rioja; Vinho Por Um Dia: 53 roteiros de um dia que se encaixam em qualquer viagem. Ele ainda fornece indicação de distância, endereço e horário de funcionamento, o que permite planejar melhor a viagem.  E tudo muito ilustrado.

É um bom guia, porque ajuda a economizer tempo e seguir direto para as indicações do autor. É bom lembrar que a tarefa de escolher a região, depois as vinícolas, e por fim os vinhos, sempre será individual – no livro o autor apresenta seus critérios de seleção, de maneira bastante clara. Eu mesmo que já visitei umas 110 adegas em 10 países (sendo que em mais de 90% delas fui convidado, recebido pelo enólogo ou diretor que sempre oferece o melhor) tenho dificuldade em indicar esta ou aquela vinícola porque sempre será um gosto pessoal.

José Peñin, criador e presidente do Guia Peñin de Vinhos da Espanha me disse, em uma entrevista exclusiva, que sua equipe de degustadores prova pelo menos 11.000 vinhos diferentes todos os anos e sempre tem novidades. Segundo Peñin (que já degustou mais de 1 milhão de taças, como me disse), “A Espanha tem grande variedade de estilos e marcas de qualidade dos vinhos: temos uvas e vinhos para todo tipo de envelhecimento, de variedade, para todo tipo de clima, para sua multiplicidade de solos e para nosso grande património, único do mundo, que é ter o maior número de vinhas velhas relacionadas com variedades autóctones.”

Faço apenas um alerta: o guia é de adegas e não de enoturismo, como o autor deixa claro. O Enoturismo é um ecossistema complexo e em crescimento, sendo composto pelos subsistemas Território, Turismo e Cultura Vitivinícola, envolvendo mais do que visitar adegas e degustar vinhos, surgindo ligado com dinâmicas culturais, de origem material, imaterial e de sociabilidade ligado ao patrimônio e à cultura do vinho. Esta afirmação de Josefina Salgado, da Universidade de Aveiro, Portugal, está de acordo com o Deloitte European Enotourism Handbook – Projeto Vintur, que diz que “Sem a cultura do vinho, o Enoturismo não existe. O valor enológico-cultural determina o peso do elemento do vinho como um eixo ou uma vértebra da experiência turística”.

O “Guia de Vinícolas España” tem 260 páginas, preço de lançamento de R$ 89,90 e pode ser encontrado no site da editora ou em livrarias.

Brindo ao guia de Flávio Faria que pode ajudar a economizar tempo dos leitores na escolha de vinhos.

Para saber mais sobre enoturismo na Espanha: Pesquisa na Espanha mostra que 91% dos turistas buscam informações sobre enoturismo em sites especializados e apenas 9% nos sites das vinícolas – http://www.invinoviajas.com/2015/12/pesquisa-na-espanha-mostra-que-91-dos/

Entrevista com José Peñin: http://www.invinoviajas.com/2018/07/entrevista-exclusiva-com-jose-penin/

Valores cuturais dos vinhos de La Rioja: http://www.invinoviajas.com/2018/10/vinhos-de-rioja-quien-eres/

Cinco museus de vinho da Espanha: http://www.invinoviajas.com/2016/03/conheca-cinco-belos-museus-da-espanha/

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