Seis Vinhedos Patrimônio da Humanidade: do Alto Douro de Portugal a Tokay, na Hungria

Tempo de leitura: 4 minutos

 

Por Rogerio Ruschel (*)

 

Alguns dos melhores destinos turísticos do mundo estão inseridos em paisagens tão bonitas e historicamente importante que foram reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Mundial da Humanidade – como os vinhedos do Alto Douro, em Portugal, abaixo.

Entre os 962 sítios tombados pela Unesco em 153 países, 188 são naturais, e entre eles estão seis regiões produtoras de vinhos: Alto Douro, Portugal; Vinhas do Pico, Açores/Portugal; Saint-Emillion, França; Tokay, Hungria; Lavaux, Genebra/Suiça e Mittelrhein, Alemanha.

Veja um pouco destes Patrimônios neste post – mas cada região destas vai ganhar ou ja ganhou um post eexclusvo aqui no In Vino Viajas.

 

Alto Douro, Portugal
Considerada a mais linda região vinícola do mundo, o Vale do Douro – onde está a região Alto Douro Vinhateiro – foi tombado pela Unesco como patrimônio da Humanidade em 2001, o que vem ajudando a preservar a beleza da região vinícola demarcada mais antiga do mundo. Nestas encostas encantadoras do rio Douro são produzidos o vinho do Porto (vinho fortificado), vinhos de mesa de grande qualidade, espumantea e moscatéis.

 

Partindo da cidade de Porto você pode embarcar em um dos diversos roteiros de navio pelo rio Douro, apreciando as encostas íngremes cobertas de vinhedos e conhecendo as atrações históricas, arquitetônicas e gastronômicas de simpáticos vilarejos estacionados no tempo.
Saint-Emillion, França
Uma das principais regiões produtoras de vinhos tintos de Bordeaux  (e do mundo), Saint-Emillion é um vilarejo medieval com arquitetura e história muito ricas. Entre as atrações estão castelos, igrejas, museus, monumentos subterrâneos, uma gastronomia de altissimo padrão e, é claro, os vinhedos. Os vinhos são excelentes e o turista é recebido com simpatia e respeito.

 

Saint Emillion se situa no lado direito do rio Gironde que cruza Bordeaux e os vinhos Saint-Emillion utilizam principalmente as uvas Merlot e Cabernet Franc, produzidas em chatéaux – castelos.

 

E por falar em castelos, na região tem 103 castelos! Na própria Saint Emillion, com seus 2.500 moradores que começou a ser construída no século IX, preserva encantos medievais como castelos.

 

Ilha do Pico, Açores, Portugal

  A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico foi tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade em 2004 e compreende uma área de 987 hectares na ilha do Pico, a segunda maior do arquipélago dos Açores, território português. A vinicultura é praticada na Ilha do Pico desde o século XV (com a chegada de portugueses em 1460, e muito desta herança permanence em casas particulares, solares do início do século XIX, adegas, igrejas e portos.

 

A região classificada inclui um notável padrão de muros lineares paralelos e perpendiculares à linha de costa rochosa, onde as vinhas – com a uva Verdelho do Pico – são cultivadas em chão de lava negra.

 

Os muros com cerca de 1 metro foram construídos para proteção dos milhares de pequenos e contíguos lotes retangulares (chamados de currais ou curraletas) da maré proveniente da água do mar e do vento maritimo, mas deixando entrar o sol necessário à maturação das uvas.

 

Tokay, Hungria
Tokaj-Hegyalja é uma região vinícola histórica localizada a nordeste da Hungria. A capital regional é Tokaj e a região compreende 28 localidades e 7.000 hectares de vinhedos.

 

O vinho Tokaji (ou Tokai) é único no mundo e a mais antiga casta de vinho super doce, “botritizado”, cuja origem data do século XVII. As uvas são atacadas pelo fungo Botrytis que fura as bagas permitindo que o líquido escorra e concentre o açúcar.

 

E já que você vai estar lá aproveite para conhecer Budapeste, a capital, e algum dos países vizinhos como a Austria, Croácia ou Sérvia.

 

Lavaux, Genebra, Suiça
Os vinhedos em terraço da região de Lavaux foram tombados pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 2008. 

 

Trata-se de uma área no Cantão de Vaud com 14 vilas e pequenas cidades, com 40 Kms de frente para o Lago Genebra, que concentra 830 hectares de vinhedos cultivados desde o século XI em terraços debruçados sobre o lago sempre azul.

 

Os vinhedos, com altitude variando de 372 a 936 metros, tem a proteção das montanhas Jura e a refrigeração dos ventos que entram pelo Lago Genebra vindos dos Alpes franceses e do Mont Blanc.

 

Mittelrhein, Alemanha

  A região vinícola de Mittelrhein fica no Médio Reno, entre Koblenz e Bingen, próxima das cidades de Mainz, Wiesbaden e Frankfurt, e “vizinha” da Bélgica. Reconhecida pela Unesco em 2002, a região tem cerca de 460 hectares, especialmente de uvas brancas Riesling.

 

Viajar pelo vale ou pelo rio com vinhedos de ambos os lados, permite reviver a história e conhecer castelos, igrejas, fortes, vilarejos e a famosa pedra Loreley – um rochedo com 120 metros que é associado a lendas germânicas sobre ninfas que viviam nas águas. Veja abaixo, a cidade de Mainz.

 

(*) Rogerio Ruschel – rogerio@ruscheleassociados.com.br  – é jornalista, enófilo e consultor especializado em sustentabilidade.

 

 

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